Centro Universitário Integrado dá continuidade ao estudo pioneiro para detectar risco renal em diabéticos

Projeto desenvolvido em Harvard será aplicado em todos os postos de saúde de Campo Mourão com apoio do Integrow

O Centro Universitário Integrado, por meio do seu ecossistema de inovação, o Integrow, dá continuidade a um estudo pioneiro criado pelo médico Denis Rogério Aranha durante sua pós-graduação em Melhoria da Qualidade na Universidade de Harvard. Desde maio, o Integrado atua como apoiador do projeto, envolvendo cinco acadêmicos do curso de Medicina selecionados pelo programa Clinical Flow 2025 e três professores orientadores que garantem supervisão profissional. Inicialmente, os estudantes atuam na fase teórica, enquanto a fase prática, segunda parte do projeto ainda não tem previsão de início, que prevê o estudo com mil pacientes diabéticos tipo 2 atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campo Mourão.

Os estudantes contemplados com bolsas de R$ 450,00 mensais são Mariana Artifon, Jean Carlos Pereira, Gabriela Messias dos Santos, Nicole Reis Nascimento e Emily Maria Ambrózio Ferreira. Eles integrarão uma equipe de aproximadamente 20 acadêmicos que trabalhará sob supervisão de três professores do curso de Medicina.

O projeto Clinical Flow foi desenvolvido pelo médico Denis Rogerio Aranha durante sua pós-graduação em Melhoria da Qualidade na Universidade de Harvard, a qual concluiu no dia 18 de julho deste ano, com objetivo de realizar estudo epidemiológico com todos os pacientes diabéticos tipo 2 atendidos pelo SUS em Campo Mourão. A iniciativa utiliza uma calculadora de risco internacional, desenvolvida por um consórcio de pesquisadores em nefrologia sediado em Nova York, que envolve mais de 20 países e em mais de um milhão de pacientes.

A metodologia permite identificar pacientes com diferentes níveis de risco de deterioração da função renal, que podem uma ampla variação, por exemplo, de 1 até 40%, organizando o fluxo de encaminhamentos para o especialista. Pacientes de alto risco serão direcionados para acompanhamento nefrológico no Instituto do Rim, enquanto os de baixo risco permanecerão sob cuidados da unidade básica de saúde.

“Muitos diabéticos não sabem do risco que têm de afetar a função dos rins. Depois da piora, a recuperação é muito mais difícil e pode levar à necessidade de diálise ou transplante”, explica Denis, responsável pelo projeto. A iniciativa busca também que o próprio paciente conheça seu risco, promovendo o autocuidado.

O projeto já resultou em uma proposta de novo protocolo junto à Secretaria Municipal de Saúde de Campo Mourão, desenvolvido em parceria com agentes da secretaria e utilizando a metodologia de “Comunidade do Conhecimento” aprendida em Harvard.

Sobre o projeto

A metodologia já é adotada por agências governamentais da Inglaterra, Bélgica, Estados Unidos e Canadá para priorizar pacientes de maior risco e otimizar recursos do sistema de saúde. O projeto tem potencial para expansão regional, incluindo municípios como Goioerê, Iretama e Araruna em etapas futuras.

As informações coletados formarão uma base de dados brasileira de risco de doença renal, inexistente até o momento, que poderá ser utilizada por outras universidades e instituições de pesquisa para estudos futuros, dissertações e teses. O programa permitirá também acompanhamento longitudinal dos pacientes para avaliar a evolução dos casos ao longo de cinco anos.

A iniciativa está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 da Organização das Nações Unidas (ONU) (Saúde e Bem-estar), contribuindo para a organização do sistema local de saúde e prevenção de complicações renais em diabéticos.

O Centro Universitário Integrado investirá R$ 27.000,00 no projeto ao longo de 12 meses, buscando também oferecer experiência prática aos alunos, desenvolver suas habilidades médicas e fortalecer iniciativas regionais de grande impacto.

Para Fernanda Pigaiani Ferrari, agente de inovação do Integrow, “ver nascer projetos como o Clinical Flow é lembrar do verdadeiro propósito da medicina: salvar e transformar vidas. Iniciativas assim não ficam só no campo da pesquisa, elas tocam pessoas, mudam realidades e inspiram futuros profissionais. No Integrow, acreditamos profundamente que apoiar ideias com esse nível de impacto é investir num amanhã mais saudável e humano. E ver nossos acadêmicos participando ativamente de algo tão grandioso nos dá a certeza de que estamos formando não somente médicos, mas agentes de mudança”, conclui Fernanda.

Sobre o Integrow

O Integrow é o ecossistema de inovação do Centro Universitário Integrado que atua como catalisador de mudanças positivas na comunidade. Com a missão de incentivar o empreendedorismo e a inovação, reúne nove programas e projetos distintos, integrando conhecimentos e especializações de diferentes áreas para transformar ideias em soluções tangíveis para desafios reais.

O ecossistema também se destaca pela incubação de startups, já tendo apoiado o desenvolvimento de mais de 15 projetos que passaram pelo programa. Além disso, conta com o Corporate Venture Capital (CVC), que oferece a oportunidade de investimento direto do Grupo Integrado em negócios promissores.

Com parcerias estratégicas com organizações como Itaipu, Sebrae, Santander e Coamo, o Integrow cria conexões valiosas e fortalece o impacto de suas iniciativas, contribuindo para o avanço do empreendedorismo e da inovação na região.