A nova era do ensino superior: Como o EAD molda o perfil do universitário

Modalidade flexível transforma sonhos em realidade e já representa dois terços dos ingressos no ensino superior

No Dia do Estudante, celebrado neste 11 de agosto, o perfil de quem estuda no Brasil nunca foi tão diverso. Os números da educação a distância ajudam a entender essa transformação: hoje, ser estudante universitário no país significa, para a maioria, estudar de casa, conciliar trabalho e família, e ter na flexibilidade o principal aliado para conquistar o diploma.

A revolução é evidente nos dados: em 2023, de cada três estudantes que ingressaram em uma graduação no país, dois optaram pela educação a distância, foram mais de 3,3 milhões de novos alunos, o equivalente a 66,4% dos ingressos no período, segundo o Censo da Educação Superior 2023 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esses números mostram que o estudante brasileiro de hoje quebrou as barreiras tradicionais da sala de aula física.

O crescimento da modalidade reflete uma mudança profunda no acesso ao ensino superior. Entre 2022 e 2023, as matrículas EAD aumentaram 13,4%, alcançando 4,91 milhões de estudantes, quase metade (49,3%) do total de matrículas no ensino superior brasileiro, conforme dados do Instituto do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp).

Uma nova definição de ser estudante

Este Dia do Estudante celebra uma geração que redefiniu o conceito de vida acadêmica. O estudante não precisa mais escolher entre trabalhar ou estudar, entre cuidar da família ou buscar qualificação profissional. A educação a distância oferece vantagens que se alinham perfeitamente com a realidade contemporânea: flexibilidade de horários, mensalidades mais acessíveis, economia com transporte e alimentação, além da possibilidade de conquistar o diploma sem deixar a cidade natal.

No Brasil, 95,9% das matrículas em EAD estão concentradas em instituições privadas, segundo o Instituto Semesp. Essas instituições investem em plataformas digitais, metodologias ativas, laboratórios virtuais e ferramentas de realidade aumentada e virtual para atender à crescente demanda.

Além da flexibilidade, a educação a distância exige uma combinação especial de autodisciplina e autonomia. Segundo estudo publicado em 2022 na revista Pro-Posições (SciELO Brasil), estudantes que conseguem manter uma rotina, cumprir prazos e se organizar mesmo sem supervisão direta têm desempenho significativamente melhor. Essa capacidade de autorregulação, que envolve planejamento e responsabilidade pessoal, é apontada como essencial para superar os desafios do ensino remoto e alcançar o sucesso acadêmico.

Histórias reais

No Centro Universitário Integrado, de Campo Mourão (PR), essa nova realidade do estudante brasileiro ganha rostos e histórias concretas. A instituição atende desde jovens recém-saídos do ensino médio até profissionais experientes em busca de requalificação, oferecendo suporte pedagógico, tutores especializados e recursos digitais que aproximam o estudante da prática profissional.

Para a gestora do núcleo de ensino a distância (NEAD) do Integrado, Telma Cristian Amaral, esta data comemorativa ganha novo significado com a expansão do ensino a distância. “Hoje celebramos um estudante diferente, que quebrou barreiras geográficas e temporais para realizar o sonho da graduação. O ensino a distância permite que pessoas que antes não tinham condições de cursar uma faculdade consigam se formar. Nosso compromisso nesta data é garantir que cada um se sinta parte ativa da comunidade acadêmica” afirma.

Entre os estudantes, as histórias comprovam como a modalidade transformou vidas. Clari Farias Batista Pimentel, graduanda de Pedagogia, no formato EAD, do Integrado, representa essa nova geração que concilia múltiplas responsabilidades: “O que me levou a escolher a faculdade a distância foi o fato de eu ter dois filhos pequenos e encontrar dificuldade para ter alguém que cuide deles. Dessa forma, consigo dar atenção a eles enquanto me capacito e aprimoro meu trabalho, buscando fazer cada vez melhor o que já faço. Se a faculdade não fosse a distância, eu não teria conseguido iniciá-la atualmente. Seria impossível conciliar meu trabalho, minha família e os estudos”, destaca a estudante.

Neste 11 de agosto, o Dia do Estudante celebra mais que conquistas acadêmicas, celebra uma revolução silenciosa que democratizou o acesso ao ensino superior. Com a tendência de expansão e a popularização crescente de tecnologias educacionais, o EAD consolidou-se como escolha de primeira opção, não somente como alternativa ao presencial.

O estudante brasileiro de hoje provou que a educação pode se adaptar às demandas da realidade, aproximando o diploma universitário de quem sempre o viu como um sonho distante. Amanda Cristina Salome Bonfim, gestora dos polos EAD do Integrado declara que “ao celebrarmos este Dia do Estudante, celebramos também uma nova era da educação superior brasileira, mais inclusiva, flexível e alinhada com a realidade de milhões de pessoas que escolheram não desistir de seus sonhos acadêmicos”, conclui Amanda.